A energia geotérmica constitui um recurso endógeno muito importante para a Ilha Terceira contribuindo, decisivamente, para uma maior autonomia energética e, como tal, representa um importante factor de competitividade.
O projecto da produção de energia geotérmica na Ilha Terceira arrancou no ano 2000 com estudos geofísicos, tendo o Governo Regional anunciado o início da produção para finais de 2006. Situação que não se verificou.
Posteriormente, foi anunciado pela GeoTerceira que todo o processo estava atrasado e, assim, a Central Geotérmica da Terceira não estaria concluída em 2009 como estava previsto mas sim em 2011. Ou seja, um atraso de dois anos.
Depois, foi comunicado pela GeoTerceira que a Central Geotérmica talvez estaria concluída em 2012, uma vez que os resultados da prospecção não foram os esperados. Dos 12 megawatts previstos afinal só se pode construir uma central eléctrica para a produção de 3 megawatts.
Ora, de anúncio em anúncio o Governo Regional, e desde o ano 2000, foi criando expectativas que não coincidiam com a real situação desta produção.
Com efeito, nenhum Governo pode afirmar datas e conscientemente estabelecer prazos e muito menos deles fazer propaganda politica, pois a natureza do que falamos não permite certezas absolutas.
Mas a gravidade da propaganda política reside no facto dos responsáveis governamentais terem conhecimento destas incertezas e terem omitido aos Terceirenses estas circunstâncias.
Com quase 27 milhões de euros investidos a verdade é que ainda não existem garantias que possamos ter produção de energia geotérmica na Ilha Terceira de modo sustentado e de acordo com o prometido.
Agora existem novos anúncios de investimento, os mesmos que ocorreram antes das eleições regionais, mas continuamos ainda sem a sua concretização.
Acima de tudo, é preciso humildade para reconhecer quando os projetos falham, com a agravante de se atirar para frente com novos anúncios de investimento para fazer esquecer o insucesso.
Todos queremos que a energia geotérmica seja uma realidade na Ilha Terceira, mas com responsabilidade politica.