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Já o afirmamos e voltamos a dizer que perante a profunda crise que atravessa a Região, os Açorianos podem contar com o PSD/Açores. Estamos disponíveis para trabalhar em todas as ilhas, para procurar as melhores soluções, para encontrar respostas e para propor alternativas.

Para isso, o Governo deve abandonar depressa a via açoriana das desculpas e passar a governar. Aliás, o nosso Parlamento pode ser a via açoriana das soluções.

Importa, desde logo, reconhecer que as medidas de austeridade adotadas pelo Governo da República têm consequências na economia dos Açores. Há medidas que têm contribuído para que os Açorianos tenham maiores dificuldades e o Governo da República tem de perceber que se arrisca a perder o país para a austeridade.

Mas, quero relembrar que dos 15 anos anteriores à vinda da troika para Portugal, 12 foram governados por governos do PS e 3 por governos do PSD. Todos somos responsáveis, embora uns mais do que outros.

É igualmente verdade que o Governo Regional não está isento de responsabilidades do que se passa no Arquipélago. Por isso, é tempo de falar verdade.

Quando o Governo se refugia na situação nacional e europeia, para justificar a difícil realidade dos Açores, está a explicar metade da verdade. A outra metade resulta de uma crise muita própria que provém das medidas Regionais.

Recorde-se que os Açores receberam mais de 5000 euros per capita entre 2000 e 2006 e estão a receber cerca de 6000 euros por habitante entre 2007-2013, enquanto outras regiões europeias receberam em média 1500 euros por habitante. Ou seja, o problema não foi da falta de dinheiro.

O Governo queixa-se muito, mas nunca diz aos Açorianos que tem um orçamento de mais de mil milhões de euros.

Para mais o Governo não diz ainda outras verdades, por exemplo, tem-se referido a uma poupança de 20 milhões de euros no Serviço Regional de Saúde, mas não informa que mais de metade dessa poupança se deve a medidas implementadas pelo Governo da República.

O Governo fala nas boas contas púbicas que dão lucro, mas não paga o que deve. Só aos fornecedores dos três hospitais da Região a divida atinge os 130 milhões de euros. Que contradição. Inclusive, até o desemprego é culpa da União Europeia.

Há desculpas para tudo, só não há culpas para quem deixa acabar os medicamentos nos hospitais ou para quem gasta cinco milhões de euros a decidir qual a melhor caixilharia para uma escola.

Não somos advogados de defesa do Governo da República nem somos advogados de acusação do Governo Regional. Simplesmente, e tendo em conta que no passado mês de Outubro perdemos as eleições, exigimos que quem ganhou governe e cumpra o que prometeu.