O PSD/Açores classificou como “de verdadeira emergência” a atual situação que se vive nos Açores, com o arquipélago a protagonizar “o maior crescimento do desemprego entre todas as regiões do país, com cerca de 20 mil açorianos sem trabalho, num flagelo que atingiu o valor incomparavelmente mais elevado em todo o período autonómico”, disse o deputado António Marinho.
Para o social-democrata, os açorianos confrontam-se “com uma violenta crise económica, social e financeira, vivendo um tempo de preocupação sem precedentes e que pode piorar”, afinal “a redução das receitas de impostos a nível nacional, com a situação crítica que todos conhecemos, foi menos gravosa do que a ocorrida a nível regional”, lembrou.
“O IVA baixou receitas em 2% a nível nacional em 2012. Nos Açores, a quebra foi de 14.4%. As receitas do IRC, em termos nacionais, caíram 17.3%. Na Região desceram, nada mais, nada menos, do que 42.5%”, recordou António Marinho, para quem, “mesmo tendo em conta a situação que se vive no país, o travão económico foi incomparavelmente mais forte nos Açores”.
O deputado do PSD/Açores lembrou “os atrasos recorrentes dos pagamentos do Governo Regional e do Sector Público Empresarial Regional a fornecedores foram finalmente reconhecidos por quem os vinha desvalorizado ou omitido”, defendendo que a sua regularização “seria uma lufada de ar fresco no contexto difícil que vivem as empresas regionais. Mas as desculpas ou as justificações arrevesadas de nada servem, e não é possível disfarçar mais”, afirmou.
Segundo António Marinho, “ninguém de bom senso poderá refutar as causas nacionais ou internacionais para a atual situação de crise. Não as relevar, e negar a sua responsabilidade, seria entrar de forma descarada no reino da fantasia”, considerou, mas acrescentando que “descaramento e fantasia são também características de quem tem pretendido circunscrever as causas da crise nos Açores ao exterior, negando qualquer responsabilidade com epicentro açoriano”.
“Isso aconteceu em 2008, quando alguns tentaram colocar os Açores como economia à prova dos males vindos de fora, mas os mesmos que antes negavam essa influência, são agora os que se constituem como arautos da mensagem de que foi transportada em frentes constituídas muito longe dos Açores e de que os ventos regionais não sopraram em desfavor dos açorianos”, adiantou.
Para António Marinho “o recuo da economia e da sociedade açorianas não tem, efetivamente, precedentes”, pelo que “não é aceitável que os responsáveis políticos açorianos adotem uma postura de confronto, e muito menos de irresponsabilidade, no debate político-partidário. Por isso mesmo, o PSD/Açores, disponibilizou-se desde o início da legislatura a dar o seu contributo, apoiando, melhorando e propondo medidas e programas favoráveis aos açorianos”.
“Não será pelo PSD/Açores que existirá qualquer obstáculo às medidas que o Governo Regional pretenda implementar. Não seremos entrave para os sucessos, nem desculpa para os insucessos, mas esperamos que da parte de quem suporta o governo exista a mesma atitude”, concluiu.