Açores 1 – (Des)instalá-los!
É sempre assim! Os instalados do “regime” estremecem sempre que alguém lhes abana a cadeira. Nem interessa deixar espaço para a discussão. O melhor é “envenená-la” à partida para que já nasça moribunda.
Discutir uma proposta de alteração dos Estatutos da Universidade dos Açores? Nem pensar! “Da discussão nasce a luz” … e com tanta claridade ainda descobrem que eu podia fazer mais …!
Primeira dose de veneno: “querem centralizar tudo em S. Miguel”; segunda: “o Reitor quer acabar com o ensino e a investigação na Terceira e no Faial”; depois arranja-se uns “amigos” para repetir uma mentira … até parecer verdade.
Com distanciamento e serenidade, Machado Pires (ex-Reitor), numa excelente entrevista a Berta Tavares (RTP/A), afirmou-se defensor da tripolaridade mas colocou o dedo na ferida: “A tripolaridade nasceu torta (…). Teve de ceder a pressões e houve a tendência para duplicar tudo porque dava jeito, por comodidade, fazer o curso tal e tal, … em tal parte”.
Discordei apenas da sua tese, de certo modo “romântica”, de que as alterações estatutárias não devem ser feitas sob a pressão de um orçamento escasso. Em instituições “híper-democratizadas”, sem pressão, ninguém consegue sequer que os “instalados” pestanejem.
A proposta do atual Reitor, de constituir duas Faculdades (Ciências e Humanidades) com sede em S. Miguel e Institutos de “Ciências Agrárias” na Terceira e “Oceanografia e Pescas” no Faial, … ia deitando abaixo a “Sé de Angra e a Igreja das Angústias”!
Jorge Medeiros teve a ousadia de propor mexer com as “capelinhas” e obrigá-las a interagir. Em resposta, os do costume, agitaram fantasmas bairristas para preservar intactos os seus umbigos. Uma tática mais velha que a Salve-Rainha. Tal tristeza!
Açores 2 – Campo de S. Francisco
A requalificação do Campo de S. Francisco é uma necessidade. Rodeado de um belíssimo património religioso, aquela praça tem todas as condições para se afirmar como um polo de atração turística na zona poente da cidade e local de lazer dos micaelenses.
Com um tiro, o Presidente Bolieiro “mata 3 coelhos”: cumpre a promessa eleitoral de revitalizar uma zona nobre; desloca a animação das “Noites de Verão” para junto dos bares e restaurantes do centro histórico e das Portas do Mar … mas sobretudo mostra que o diálogo junta vontades, … sem alarido!
Açores 3 – Travagem a fundo
Nem é o mal dos outros … que nos serve de consolo, mas o Governo Regional insiste que lá fora as coisas ainda estão pior do que aqui. Falso!
Rapidamente metido no fundo de uma gaveta, a Síntese da Execução Orçamental da Direção Geral do Orçamento (DGO) prova que, se a travagem da economia nacional foi tremenda, aqui nos Açores “travou a fundo”.
As receitas fiscais são como o “algodão”. Em 2012, no IVA as receitas caíram 2% lá fora e 14,4% nos Açores; no IRS caíram 7,2% lá fora e 8,4% aqui e no IRC, à queda de 17,3% lá fora, respondemos com um trambolhão regional de 42,5%.
Da próxima vez que disserem que lá fora a coisa está pior, … eu atiro-lhes dois aviõezinhos de papel feitos … com os mapas 6 e 16 do relatório da DGO.
Açores 4 – “Grilo Falante”
Agora foi sobre o salário mínimo! Mas não há ninguém que explique ao Dr. António Borges que um consultor do governo para as privatizações é isso mesmo: … um C_O_N_S_U_L_T_O_R e não uma espécie de “grilo falante”, … capaz de irritar até aqueles que não reclamam da música dos “carrinhos-de-choque” montados à beira da porta. Que “cromo”!