O Grupo Parlamentar do PSD/Açores propôs a realização de um relatório “sobre o momento atual e as perspetivas futuras das cooperativas de lacticínios na Região”, um documento que informe “sobre os constrangimentos económicos e financeiros que aquelas cooperativas atravessam”, disse o vice-presidente da bancada social-democrata, António Ventura.
Nesse sentido, “foi enviada uma carta à Comissão Especializada de Economia da Assembleia Legislativa, solicitando que o referido relatório seja apresentado até ao plenário de setembro de 2013”, uma vez que “há urgência em perceber o futuro socioeconómico do setor cooperativo de lacticínios, face aos seus constrangimentos, mas também face às suas potencialidades”, explicou.
Segundo António Ventura, esses fatores “variam de ilha para ilha e, como tal, requerem respostas distintas de apoio, de valorização e de integração”, isto tendo em conta que “o movimento cooperativo nos Açores está na base do desenvolvimento da nossa agricultura, manifestando-se em diversas áreas, entre as quais a dos lacticínios”.
O parlamentar do PSD/Açores destaca que a fileira do leite nos Açores se assume “como a mais importante fileira económica da Região”, e que as cooperativas de lacticínios são, em algumas ilhas, “a sua principal indústria, pelo que o seu eventual desaparecimento provocaria um efeito avassalador sobre as populações e um efeito dominó sobre a maioria das atividades económicas”, alerta.
A preocupação social-democrata advém das preocupações públicas “por várias Direções de cooperativas, das suas dificuldades de sobrevivência, apontando as difíceis condições financeiras que atravessam, os défices das quantidades de leite que recebem, a falta de transparência dos preços ao longo da fileira, o fraco poder negocial com a distribuição e a agressividade comercial na colocação dos produtos nos mercados”, avança Ventura.
Assim, e para o PSD/Açores, “algumas destas Cooperativas só vão conseguir manter-se em funcionamento com um saneamento financeiro e uma reestruturação da sua dívida bancária, esmo se têm sido efetuadas várias injeções públicas de capital nas cooperativas, sem as mesmas conseguirem alcançar a desejada estabilidade económica e financeira. Razão pela qual é necessário conhecer a realidade e precaver eventuais novos apoios públicos de saneamento financeiro”, esclarece.
António Ventura lembra ainda que com o previsível fim do sistema de quotas leiteiras, “a liberalização produtiva acarreta várias incertezas, designadamente nos preços dos transformados lácteos e no preço do leite pago à produção. Pelo que é preciso atuar, num contexto de crise financeira, à luz da nova Politica Agrícola Comum, para melhorar os rendimento dos produtores e tornar a bovinicultura de leite sustentável, eficiente e competitiva”, concluiu.