Terceira. Deputados do PS “vieram lavar a cara” do Governo

A vice-presidente do grupo parlamentar do PSD/Açores, Mónica Seidi, considerou que as jornadas parlamentares que o PS realizou esta semana serviram “para lavar a cara do governo”, no seguimento da visita estatutária “propagandista” feita em novembro último pelo executivo, numa altura “em que os vários consensos alcançados pelas forças vivas locais confirmaram a negligência a que a Terceira tem sido sujeita”.

Para a social-democrata, as declarações socialistas de que os compromissos eleitorais com a Terceira são para ser cumpridos “só podem ser ironia”, assim como as referências feitas à oposição “denotam um desconforto dos parlamentares socialistas, face às lacunas efetivas que a nossa ilha apresenta, e que o governo tarda em colmatar”, afirmou.

Uma das realidades “inegáveis” tem a ver com a suspensão da Linha Lilás [da Atlânticoline), que foi “uma das sucessivas decisões governamentais que boicotaram as possibilidades de desenvolvimento da Terceira, do seu turismo e da sua economia”.

“Há muito que existia a cabimentação orçamental para as obras de melhoramento do Porto das Pipas, onde se incluía a construção de uma Rampa “Ro-Ro” e até de uma gare de passageiros, mas não houve vontade política para tal”, disse.

Mónica Seidi recorda ainda que a Linha Lilás permitia as ligações, através do Porto das Pipas, entre a Terceira e São Jorge, e daí para o Pico e o Faial “o que, durante o verão, dinamizava naturalmente a atividade económica em Angra do Heroísmo”.

“A reposição dessas ligações marítimas mereceu sempre a defesa intransigente do PSD e de todas as suas estruturas”, afirmou.

As jornadas socialistas focaram as acessibilidades, pelo que a deputada do PSD/Açores alerta para o facto “de haver infraestruturas necessárias para a Terceira, nomeadamente no porto da Praia da Vitória, que ameaçam continuar a arrastar-se ao longo de 2019″.

Mónica Seidi lembra mesmo que, das medidas apontadas pelo memorando conjunto do Conselho de Ilha em 2018, “nenhuma deverá ficar concluída este ano”, afirma, “e tudo por falta, como referimos, de vontade política e de entendimento”.

Quanto ao facto de, com a obra do Porto das Pipas, “se cumprirem todos os compromissos eleitorais para a Terceira”, como foi afirmado esta semana pelos deputados do PS, é nitidamente “uma tentativa de passar uma esponja no passado. Um passado que prejudicou a Terceira, onde as obras continuam a demorar anos para avançar e as promessas tempo demais a serem cumpridas”, concluiu.