PSD diz que o Governo da República está a esquecer a Ilha Terceira

O PSD/Açores considera que a Ilha Terceira “está a ser esquecida pelo Governo da República”, sublinhando que, “em dois anos e meio de governação, o primeiro ministro fez muitas promessas para a Terceira, mas esqueceu-se do lema que o próprio assumiu, de que “palavra dada é palavra honrada”, disse o deputado César Toste.

O parlamentar falava numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, em que os deputados eleitos pela Ilha Terceira se juntaram ao deputado da República, António Ventura, para dar voz a um leque de promessas por cumprir em relação à Ilha Terceira.

“António Costa disse claramente que iria cumprir o PREIT e a chamada Declaração Conjunta, assinada em abril de 2016, entre o Governo da República e o Governo Regional. Mas a realidade tem sido bem diferente disso”, adiantou César Toste.

Sobre o Porto da Praia da Vitória, “ouvimos falar em Hubs, investimentos estruturais, candidatura ao Plano Juncker, e somos agora surpreendidos com as declarações do primeiro ministro, a tentar desvalorizar aquele Porto, colocando os holofotes sobre o abastecimento de GNL no Porto de Sines”, exemplificou.

“Afinal, qual é a importância do Porto da Praia para o Governo da República e para o Governo Regional?”, questionou César Toste.

“Esclareça, senhor primeiro ministro, diga senhor presidente do Governo Regional, quais as vossas verdadeiras intenções”, solicitou o deputado.

Sobre o PREIT, “pouco há a dizer, simplesmente porque continua no papel, e qualquer avanço é ilusório, como é o caso do Air Center, que, tudo indica, não terá qualquer consequência na criação de emprego ou riqueza na Ilha Terceira e na Região”.

“Neste momento é necessário saber onde estão os mais de 300 milhões de euros incluídos no PREIT, onde também se encontra inscrito um investimento direto da República de 77 milhões de euros no Porto da Praia”, alertou César Toste.

“Desafiamos o Governo da República, no respeitante à sua responsabilidade financeira no PREIT, a informar os terceirenses sobre o grau de execução daquele plano”, disse ainda o social democrata.

“O tempo está a esgotar-se, falta um ano e meio para o fim desta legislatura e as promessas deste Governo da República não estão executadas”, acrescentou.

Também a deputada Mónica Seidi, vice presidente da bancada social democrata, criticou um leque de promessas socialistas, “que temos vindo a denunciar como verdadeiras manobras de diversão, e que tendem a desprezar o enorme potencial da nossa ilha”, referiu.

“Falo, por exemplo, da implementação da Zona Económica Especial, anunciada por Sérgio Ávila em novembro de 2015. Ou do terminal de cargas das Lajes, que Carlos César promete desde 1999”, disse a social democrata.

“De legislatura em legislatura, os governos socialistas vão tendo outras prioridades”, lamentou a deputada, frisando que, “perante os atrasos e incumprimentos do Governo da República, assistimos à conivência do Governo Regional. Os anos passam, e é a Terceira que tem vindo sempre a perder”, afirmou.

Na ocasião, o deputado dos PSD/Açores na Assembleia da República, António Ventura, anunciou que o PSD vai propor a realização de um estudo, feito por uma entidade independente, sobre todo o processo de descontaminação em curso na Terceira, “já que é necessária credibilidade quanto aos resultados produzidos em relatório, sem pôr em causa o trabalho do LNEC, mas prevenindo a vertente política que todo este processo está a ter”, afirmou.

Refira-se que, por proposta do PSD, foi aprovada a vinda do Ministro dos Negócios Estrangeiros aos Açores, “no rescaldo da última Bilateral, uma vez que, em termos de conclusões, pouco ou nada temos”, disse.

António Ventura lamentou ainda que continue sem resposta “uma pergunta simples que fizemos ao Governo da República, para saber em que termos foram cedidas ao Governo Regional as cerca de 400 casas deixadas pelos norte americanos junto à Base das Lajes. É mais um dos assuntos, entre tantos, que continua por esclarecer”, concluiu.