A eurodeputada Sofia Ribeiro defende uma “maior dotação orçamental no âmbito do POSEI para a Agricultura”, assim como “um regime de autonomização no que diz respeito às Pescas nas Regiões Ultraperiféricas (RUP), por via também dos referidos constrangimentos financeiros que a nova realidade europeia pode apresentar”, referiu.

A eurodeputada falava após ser ouvida pela Comissão de Economia do parlamento açoriano, no âmbito do projeto de resolução do PSD/Açores “Ultraperiferia – O Instrumento Europeu Para Políticas Diferenciadas nos Açores”.

“O que está em causa é a oportunidade de discutir a estratégia das Regiões RUP e, nos Açores, a ultraperiferia tem de ser defendida, ao nível das instituições europeias, em áreas como as Pescas e a Agricultura, mas também dos transportes ou da Energia”, frisou.

A social democrata lembrou que se vive na Europa “uma situação muito particular, devido à saída do Reino Unido e à constituição de uma rubrica adicional de Segurança e Defesa, que vão causar constrangimentos na dotação de todo o quadro financeiro plurianual”.

Estas questões, que estão a ser debatidas no PE, “têm de ser acompanhadas por decisões que vão no mesmo sentido por parte do Conselho Europeu, pelo que o debate alargado é essencial”, disse Sofia Ribeiro.

A eurodeputada referiu-se ainda à situação atual do Porto da Praia da Vitória, alertando para a prioridade de investimento naquele equipamento, “uma vez que está estabelecida uma rede de transportes transeuropeia, com apoios específicos para os portos aderirem à mesma e de serem equipados com equipamentos de abastecimento de Gás Natural Liquefeito (GNL)”.

“Ora, isso já está a acontecer com diversos Estados-Membro da União Europeia, e mesmo ao nível de Portugal e, se perdermos essa capacidade de equipar os nossos portos, há o sério risco de os Açores não aproveitarem a oportunidade de competir com esses portos”, disse a eurodeputada,

“Há fundos europeus para que isso aconteça e há um mercado de transportes marítimos em claro crescimento a esse nível”, reforçou Sofia Ribeiro, considerou ser esse “um assunto complexo”, mas também lembrou as competências específicas do governo regional, e do governo da República, em todo o processo.

“Mesmo se até poderá haver outras vias, como a candidatura ao Plano Juncker, no âmbito do que está previsto face aos problemas decorrentes da redução do efetivo norte americano na Base das Lajes”, concluiu.