Açores perderam uma década e uma geração na prevenção das dependências

O grupo parlamentar do PSD/Açores lamentou ontem que, “na última década, os Açores perderam uma geração na prevenção das dependências”, referiu Carlos Ferreira, após uma reunião dos deputados eleitos pelo Faial com a Comissão de Proteção e Crianças e Jovens da Horta (CPCJH).

Numa apreciação do fenómeno dos menores em risco, Carlos Ferreira e Luís Garcia consideram de extrema gravidade a situação regional “em matéria de drogas e toxicodependência, espelhada no Relatório Anual 2016, apresentado há uma semana pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências”, avançam.

Para os dois parlamentares do PSD, a reunião foi importante para “aprofundar o conhecimento sobre o funcionamento da instituição -a CPCJH – e sobre o panorama atual da ilha e da Região numa matéria de tão grande sensibilidade e relevância, como a proteção dos mais jovens”, explicaram.

Carlos Ferreira lembrou que, segundo o relatório oficial apresentado há uma semana, “os Açores registam um aumento dos consumos de cocaína e de ecstasy, e apresentam mesmo as maiores prevalências de consumo mais recente destas substâncias”.

O deputado alerta que “o consumo recente de novas substâncias psicoativas é bem mais prevalecente nos Açores do que no resto do país”, além de que o relatório aponta “as prevalências de consumo mais elevadas de anfetaminas, de alucinogénios e de Novas Substâncias Psicoativas como sendo na Região”.

Perante este quadro negro, segundo o parlamentar, “o Governo Regional continua sem uma estratégia para abordar o problema e prossegue num caminho sem rumo”, disse Carlos Ferreira.

“Em 2008, o Governo criou uma direção regional dedicada a este problema social; em 2012, aquela direção regional foi extinta; mas em 2016, a mesma direção regional foi ressuscitada”, sublinhou Carlos Ferreira, acrescentando que “o percurso sem rumo do Governo, deixa numa situação de grande fragilidade aqueles que, no terreno, travam diariamente um combate difícil contra as dependências. E fragiliza, acima de tudo, muitos pais e mães que não podem continuar abandonados à sua sorte”, critica.

Segundo os deputados do PSD, “a toxicodependência é um flagelo social gravíssimo, e é urgente que em vez de anúncios de circunstância, o governo conclua o estudo que foi aprovado por unanimidade no parlamento regional e implemente uma verdadeira estratégia regional de prevenção e combate às dependências”, concluíram.