“Combate à pobreza deve ser partilhado com aqueles que melhor conhecem o dia a dia da população mais necessitada”, afirma Jaime Vieira

Jaime Vieira desafiou o Governo regional a envolver as Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e os movimentos ligados à Igreja, ou seja “todos aqueles que melhor conhecem o dia a dia da população mais necessitada”, no combate à pobreza e exclusão social na Região.

O deputado do PSD/Açores, que falava no parlamento açoriano durante uma interpelação sobre a Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, apresentada pelo executivo, frisou que “uma verdadeira estratégia de combate à pobreza não vencerá sem o contributo da sociedade civil”.

“Quem quiser, na verdade, combater a pobreza nas nossas nove ilhas terá que por de lado ânsias de protagonismo e ser capaz de partilhar a estratégia de combate à pobreza com aqueles que vivem o dia a dia das populações mais necessitadas e que melhor conhecem os meios para combaterem este flagelo social que é a pobreza e a exclusão social”, afirmou.

O social-democrata denunciou casos de famílias que residem em moradias com capacidade para quatro pessoas, mas onde vivem 12; casos de famílias que só com uma ida a uma associação é que conseguem “levar pão para casa” ou ainda a situação de jovens casais que, mesmo trabalhando, não têm uma habitação condigna nem acesso a cuidados de saúde e os seus filhos não têm condições que garantam o sucesso escolar.

Neste quadro, Jaime Vieira explicou que o desafio que se coloca, no que respeita ao combate à pobreza e à exclusão social, é o de “dar o salto qualitativo para impedir que a pobreza não se eternize e para impedir que os novos pobres continuem a engrossar as filas do Rendimento Social de Inserção (RSI)”.

“O RSI não é a forma de combater a pobreza. O RSI é uma ‘migalha’ com que a nossa sociedade tenta esconder as vergonhosas circunstâncias em que vivem milhares de açorianos. É quase um pedido de desculpa por aquilo que não foi capaz de fazer pela justiça social, pela igualdade de oportunidades”, disse.

Jaime Vieira não deixou de lamentar que ainda hoje seja preciso discutir nos Açores uma Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social depois de “21 anos de governação socialista na Região; depois da transferência de mais de 5 mil milhões de euros da União Europeia e depois dos ‘maiores Planos e Orçamentos de sempre’, segundo a propaganda do Governo”.

“Não há estrada, palácio ou museu que consiga esconder esta triste realidade que é o número de açorianos que vivem na pobreza”, concluiu o deputado, para alertar que “um verdadeiro combate à pobreza tem que ter metas e prazos bem definidos” e que “não pode viver de notas de imprensa a vangloriar governantes”.