PSD/Açores questiona política ambiental do Governo que manda enterrar cadáveres de animais

O grupo parlamentar do PSD/Açores questionou a política ambiental do Governo regional, a mesma que manda enterrar cadáveres de animais e que permite que a população de algumas localidades da Região não seja abastecida por água tratada ou que em algumas localidades sejam feitas descargas diretas de esgotos para ribeiras e grotas.

Segundo Catarina Chamacame Furtado, que falava no debate que antecede a votação do Plano e Orçamento da Região para 2018, as soluções para estas situações não vêm refletidas nos documentos provisionais propostos pelo Governo, já que o executivo insiste em “propostas que pecam e têm pecado por falta de concretização e de credibilidade”.

A deputada do PSD/Açores frisou que no próximo ano “continuarão a faltar meios e recursos de inspeção e vigilância ambiental” e que a política de prevenção e gestão de resíduos definida pelo Governo regional “falhou redondamente”.

“É um puro embuste, para não dizer uma piada de mau gosto, declarar uma forte aposta estratégica para o cumprimento das metas delineadas no PEPGRA ou na prevenção da produção de resíduos”, clarificou.

“Há centros de processamento de resíduos sem linhas de triagem e que mais parecem lixeiras com telhados e paredes, quando existem, porque em outros centros há até pedaços de paredes que faltam. Em algumas ilhas até se mandam enterrar cadáveres de animais porque os equipamentos ou infraestruturas não estão a funcionar”, exemplificou.

A parlamentar acusou também o Governo de estar mais preocupado em chamar até si a gestão de parques naturais, e as receitas associadas – como prova o fim da concessão à Câmara Municipal da Ribeira Grande da Caldeira Velha – “do que em investir na conciliação da preservação do património natural com o seu usufruto e utilização”.

“As desilusões sucedem-se. Os açorianos e os turistas denunciam, mas o Governo, ainda assim, não deu a devida atenção ao assunto”, afirmou, lembrando que os Planos de Gestão dos Parques Naturais de Ilha e das Reservas da Biosfera continuam sem estar feitos.

Também ao nível dos recursos hídricos, acrescentou Catarina Chamacame Furtado, os sucessivos documentos orçamentais fixaram verbas para esta área, mas a verdade é que “os Açores continuam a ter localidades em que a população não é abastecida por água tratada e localidades sem sistemas de saneamento e tratamento de águas residuais”.

A deputada fez votos para que os milhões de euros previstos para os recursos hídricos no Plano e Orçamento da Região para 2018 possam, de uma vez por todas, também acabar com as descargas diretas de esgotos em algumas localidades para ribeiros e grotas.