PS quer esconder responsabilidade de Sérgio Ávila na falência da Sinaga

O grupo parlamentar do PSD/Açores considera grave e repudia o chumbo do PS ao pedido de audição, com caráter de urgência, do vice-presidente do Governo dos Açores, Sérgio Ávila, na Comissão de Economia, para apresentar todos os elementos que conduziram à decisão do executivo regional de suspender a atividade transformadora da Sinaga.

António Vasco Viveiros afirma que o chumbo do PS ao pedido de audição apresentado pelos deputados do PSD/Açores na Comissão de Economia configura uma atitude “antidemocrática e desrespeitadora do princípio de que o Governo responde perante o parlamento e está obrigado a dotá-lo de todos os dados que fundamentam as decisões públicas”.

“O PS prestou um mau serviço à democracia e ao funcionamento das suas instituições ao impedir, com a sua maioria absoluta, que o parlamento açoriano questionasse diretamente o responsável do Governo que tutela o Sector Público Empresarial Regional que foi, aliás, quem liderou o processo de aquisição da Sinaga por parte da Região em 2010”, explica.

Segundo o deputado e porta-voz do PSD/Açores para a Economia e Finanças, “o parlamento vê-se, de novo, privado de aceder aos elementos de caráter técnico, económico, financeiro e legal relativos à aquisição, atividade e alteração do objeto e missão da Sinaga”, agora que vai ser reduzida a empresa de empacotamento de açúcar importado.

“O PS e o Governo regional confirmam que não estão confortáveis com a necessidade de prestar esclarecimentos públicos sobre a Sinaga e com o dever de esclarecer os açorianos com os elementos económicos e financeiros que levaram a que a empresa pública veja suspensa a sua atividade transformadora de beterraba”, acrescenta.

A maioria socialista na Comissão de Economia do parlamento açoriano aprovou hoje a audição do secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, mas recusou ouvir o principal responsável pela compra da Sinaga, que tutela a Ilhas de Valor S.A., detentora do capital desta empresa.

Passados sete anos desde a intervenção do Governo dos Açores na Sinaga, através da sua compra pela Ilhas de Valor S.A, tutelada pelo vice-presidente do executivo regional, Sérgio Ávila, a empresa está numa situação de falência técnica, com um passivo de quase 27 milhões de euros, e soma prejuízos consecutivos, o que agrava ainda mais a tesouraria.