A Cultura popular é um parente pobre dos governos do PS

O deputado do PSD/Açores, César Toste considerou ontem que a Cultura popular “é um parente pobre dos governos do PS”, referindo que, a cada legislatura que passa, “se investe cada vez menos, de um modo geral, na Cultura. E a forma como são executados os investimentos arrasta-se no tempo, originando maus exemplos de gestão do dinheiro público”, afirmou.

O social democrata sublinhou que, “os açorianos valorizam tanto a sua cultura popular que, apesar das contrariedades, da crise e dos seus baixos rendimentos, continuam a dar corpo e alma a uma forma única de se relacionarem uns com os outros, partilhando valores e uma linguagem própria”.

“Aliás, os açorianos são um povo tão bom, que se contentam com pouco. E desse pouco fazem com que os Açores sejam conhecidos no mundo inteiro”, salientou o deputado do PSD.

César Toste elogiou assim “a sociedade açoriana, que se une para fazer valer as suas tradições e os seus valores”, dando como exemplo “o caso recente da lancha Espalamaca, que se não fosse pela Associação Amigos do Canal ficaria em terra. Apesar dos anos todos em que o Governo ouviu o povo do Pico sobre a importância da mesma, e dos valores sempre repetidos nos documentos do Orçamento”, lembrou.

“É importante que o Governo continue a dinamizar atividades culturais, mas é mais importante ainda que apoie as atividades promovidas pelos agentes locais das nove ilhas dos Açores”, defendeu o social democrata.

“O fenómeno cultural evoluiu, e enfrenta novos desafios, que necessitam que os seus responsáveis nos Açores saiam dos gabinetes e sintam no terreno como está a cultura popular dos Açores”, disse César Toste.

“A nossa cultura popular enfrenta dificuldades, e só quem está distraído ou não quer ver é que não valoriza isso”, salientou.

As sociedades filarmónicas, os grupos de folclore, os grupos de teatro, o Carnaval, as comissões de festas tradicionais e muitos outros “tem cada vez mais encargos e menos dinheiro. Precisam de dinheiro, mas precisam especialmente que o Governo os escute e aposte neles”, alertou

“Porque não bastam programas de apoio. Precisamos de incentivo e de que todos os agentes culturais façam parte de um grande cartaz cultural dos Açores”, afirmou o deputado.

Para César Toste, “a verdadeira Casa da Autonomia está na casa de cada açoriano”.

“E não apostar a sério na Cultura é contribuir para que a Casa da Autonomia – e todos os milhões que já custou – esteja magnifica, mas que a sua essência seja vazia e sem significado”, concluiu.