Inação do Governo faz disparar custo da eletrificação da Fajã do Santo Cristo

O grupo parlamentar do PSD/Açores condena a atitude negligente do Governo regional no processo de eletrificação da Fajã do Santo Cristo, em São Jorge, que faz aumentar em mais de 300% o custo desta intervenção que foi sucessivamente adiada, mas que é urgente e necessária a bem da melhoria das condições de vida de quem vive, trabalha ou visita aquele ex-libris natural da ilha.

Segundo António Pedroso, deputado do PSD/Açores eleito por São Jorge, a eletrificação da Fajã do Santo Cristo implicava um dispêndio de 432.454,11 euros, de acordo com informação da EDA em 2011, e hoje deverá custar, segundo o presidente do Conselho de Administração da EDA, 1.500.000,00 euros (um milhão e quinhentos mil euros).

“A que se deve a discrepância de valores? Como é que a obra de eletrificação da Caldeira do Santo Cristo, com ligação à rede de distribuição da ilha de São Jorge, passou de 432.454,11 euros para 1.500.000,00 euros? Estamos a falar de um aumento de mais de 300%”, questionou o deputado na Assembleia Legislativa dos Açores.

“Se executivo açoriano tivesse cumprido com a sua palavra em 2006, ano em que foi celebrado um protocolo entre o Fundo Regional de Apoio às Atividades Económicas e a EDA para a eletrificação das fajãs de São João, da Caldeira do Santo Cristo da Saramagueira e dos Cubres, protocolo que chegou a incluir a Fajã do Santo Cristo, o Governo teria poupado dinheiro e os jorgenses já estariam servidos”, acrescentou.

António Pedroso faz votos para que a repetida e até agora inconsequente promessa da eletrificação da Fajã do Santo Cristo, reiterada esta semana pelo Governo, seja finalmente concretizada e questionou o executivo sobre a previsão do início e conclusão da obra e quais os custos previstos para a realização da mesma.

“Muitas têm sido as promessas dos sucessivos governos do PS durante as últimas décadas para a eletrificação desta fajã que, infelizmente, não passaram disso mesmo. Promessas. Meros atos de ilusionismo eleitoral puro, que depois passam ao esquecimento, para quatro anos depois voltarem a ser lembrados”, afirmou, lembrando que, em 2015, numa reunião entre a Câmara Municipal da Calheta e a direção regional da Energia, tinha ficado estipulado um prazo de 14 meses para a conclusão da eletrificação.

O deputado do PSD/Açores alertou ainda para a necessidade de a intervenção naquela zona ter em atenção ao impacte ambiental, de forma a conservar os recursos naturais da fajã, classificada como área protegida desde 1984 e detentora de várias classificações a nível internacional.

“Esta obra não pode ser feita a qualquer custo ambiental e, por essa razão, os custos financeiros serão certamente mais elevados. No entanto, os jorgenses merecem, os Açores merecem que esta obra seja realizada a curto prazo. Quem lá reside permanentemente ou temporariamente e quem nos visita merecem ter melhores condições no local”, afirmou António Pedroso.