Interrupção do SIV no Faial por falta de motorista desmente secretário da Saúde

O secretário regional da Saúde, Rui Luís, garantiu ontem, em audição na Comissão de Assuntos Sociais do Parlamento açoriano, que o serviço de suporte imediato de vida (SIV) no Faial “está a ser assegurado das oito da manhã à meia-noite por tripulantes que se deslocam da ilha do Pico para a ilha do Faial”, conforme documenta nota do Gabinete de Apoio à Comunicação Social do executivo açoriano. Acontece, porém, que enquanto Rui Luís dava esta garantia aos deputados açorianos, o SIV era interrompido no Faial entre as 16h00 e as 19h00 por falta de condutor.

Na audição, que decorreu na sequência de um projeto de resolução do PSD/Açores entregue na Assembleia Legislativa dos Açores, Carlos Ferreira, deputado social-democrata eleito pelo Faial, reiterara que “uma valência fundamental como o SIV não pode depender da adesão voluntária de técnicos”, cabendo ao Governo regional “adotar um modelo que garanta a qualidade, estabilidade e regularidade do seu funcionamento”.

O projeto do PSD/Açores, que recomenda ao Governo a adoção de medidas urgentes para resolver os problemas de funcionamento do serviço SIV, refere que a origem do problema reside no modelo adotado pelo Governo regional, que não envolveu as corporações de bombeiros e optou por contratar diretamente alguns técnicos a recibos verdes, num regime precário e que tem ainda o efeito perverso de levar a que os técnicos cumpram frequentemente 16 horas seguidas de trabalho, o que degrada a qualidade do serviço e acarreta sérios riscos para o próprio e para terceiros.

Neste quadro, e no caso concreto do Faial, “a solução deve passar pelo envolvimento da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Faial e pela contratação de técnicos para desempenhar a função, com vínculo laboral, mediante protocolo a estabelecer entre o Governo e a corporação e a devida compensação financeira”, concretizou o deputado do PSD/Açores.