Oposição – Opinião de Hermano Aguiar

Ser Oposição nos Açores não é tarefa fácil. Foi e continua a ser uma missão quase inglória que as regras da democracia exigem.

Perante um poder absoluto que “absorve” da mais pequena associação ao patronato mais poderoso; perante a ausência de uma comunicação social que nunca se assumiu como quarto poder, composta, aliás, por uma classe que, no dizer da jornalista Teresa Nóbrega, “se autocensura”; perante uma sociedade que continua a não praticar a democracia, e muito menos o conceito de autonomia, nas suas vivências familiares, nas relações sociais, laborais, etc.; ser-se Oposição nos Açores é expor-se a um escrutínio público demolidor, que não abrange o poder, pelo contrário é condescendente para com ele.

Não é a política que cria o nosso mundo e os nossos valores. A política é o efeito dos nossos valores. A vivência política nos Açores tem o selo da dependência, quando devia ter o da autonomia, tem o carimbo da subserviência, quando devia ter o da democracia.

Somos todos nós que perdemos com esta desvalorização da Oposição; tenha ela a cor politica que tiver. Ficamos cada vez mais dependentes dos humores dos homens e mulheres que “manobram” os dinheiros públicos.

Já era tempo de termos outra atitude!