O rei vai nu! – Opinião de Hermano Aguiar

Algo de inédito aconteceu na vida político-social dos Açores democráticos e autónomos. A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, a Federação Agrícola dos Açores e União Geral dos Trabalhadores – UGT Açores, em véspera de eleições regionais, vieram a público anunciar uma “parceria para o desenvolvimento económico e social dos Açores”, contestando o modo com a Região está a ser governada.

Numa Região em que os dias são marcados por notícias de sismos, acidentes, suicídios, festas e festivais, a atitude dos representantes dos empresários, dos agricultores e dos trabalhadores é uma autêntica pedrada no charco.

E porque o fazem, deste modo e agora?

Porque o modelo de desenvolvimento socialista está errado e o governo está de costas voltadas para as pequenas e médias empresas. Porque 60% dos agricultores estão à beira da falência, 71% das famílias açorianas vive de rendimentos mensais inferiores a 530€. E porque os resultados na Educação nos envergonham.

E porque temos um governo sem liderança, esgotado, gordo e sem rumo. Mas, ao mesmo tempo, arrogante, prepotente, com uma atitude para com a sociedade civil que, por vezes, roça a má educação.

E porque o rei vai, na verdade, nu.