Chama o António, chama o António! Opinião João Bruto da Costa

O relatório sobre progresso social da Comissão Europeia destina-se a medir o progresso social de cada região, complementando as avaliações tradicionais acerca do progresso económico.

É assim que nos é apresentado o relatório da Comissão Europeia que permite avaliar a posição de cada uma das regiões, num contexto de desenvolvimento humano com indicadores verdadeiramente importantes para apreciar as condições de vida dos povos europeus.

Os temas analisados com base nos indicadores do Eurostat foram: Alimentação e cuidados médicos básicos; Água e saneamento; Habitação; Segurança; Acesso ao conhecimento básico; Acesso à informação e comunicação; Saúde; Ambiente; Direitos pessoais; Liberdade pessoal e de escolha; Tolerância e inclusão e Acesso a educação avançada.
Em termos globais, os Açores situam-se na posição 239 das 272 regiões europeias, ou seja, muito longe de podermos sentir alguma satisfação.

Numa análise mais atenta destacam-se pela positiva o ambiente e a segurança.

Ao invés, pela negativa, surgem todos os outros indicadores em que a região se situa pessimamente classificada. É o caso do acesso ao conhecimento básico, com os subtemas: frequência do ensino secundário; conclusão apenas do ensino básico e abandono escolar. Aqui os Açores ocupam, nem mais nem menos, do que a última posição das 272 regiões europeias, o que vem provar o quanto é necessário abordar, de forma persistente e empenhada, a questão da educação nos Açores, sob pena de se continuar a destroçar o futuro de uma geração. Acresce a isto a posição 260 no que respeita ao acesso a educação avançada onde se inclui a matrícula e frequência no ensino superior e a aprendizagem ao longo da vida, temos que questionar a satisfação do poder regional com a sua actuação nesta área que o faz tecer rasgados elogios a cada secretário regional que vai ocupando a pasta e colocando pensos nos problemas ao mesmo tempo que constrói mega escolas, mas onde não consegue que alunos, docentes e discentes se sintam realizados.

Perante esta realidade, ciclicamente negada pelo poder regional com 20 anos de exercício, somos levados a procurar não só as verdadeiras razões para estes resultados, como as propostas para o futuro que nos levem a um verdadeiro desenvolvimento humano. E se no capítulo das causas encontramos um poder cansado, cheio de preconceitos e vícios, que renega responsabilidades e ignora avisos e propostas da oposição ao mesmo tempo que menospreza os parceiros sociais, aquilo a que assistimos como resposta de quem teve a responsabilidade de governo há já duas décadas são meras acções de propaganda e negação da realidade.

Empenhados no marketing político a que nos habituaram nos últimos 20 anos, e não obstante os 2,3 mil milhões de euros recebidos pelos Açores desde 2010, o poder regional acentua o seu narcisismo em ano eleitoral e opta por acções de propaganda.

Aqui chegados, teremos em breve um périplo pelas ilhas para tudo prometer e de a todos tentar agradar, a que se junta um Primeiro-Ministro que virá aos Açores não sabemos se no jacto privado a 5500 euros por hora de voo, chamado em socorro de um governo regional que desespera perante a vontade de mudança que se sente nos Açores. Sendo assim, recomendo para hino de campanha do PS Açores a célebre música, pimba quanto baste, que a certa altura diz assim: “E só os Antónios conhecem de cor a palavra amor, mas se for para trabalhar escolhe outro por favor.

Se queres dançar e não tens par, chama o António, chama o António”!