As eleições – Opinião de António Marinho

Houve quem dissesse que as eleições de domingo passado eram as mais importantes dos últimos anos. É verdade que sim, ainda que ao mesmo nível devam estar também as que se realizaram em 2011.

Se estas últimas não tivessem tido o desfecho que tiveram, Portugal estaria agora a atravessar uma situação calamitosa. Assim, travou-se o caminho para a bancarrota a que os socialistas tinham conduzido o país. Permitiu-se que um governo responsável arrumasse a casa e recolocasse Portugal nos caminhos da credibilidade perdida com Sócrates. Regressaram os bons resultados a diversos indicadores, agora já traduzidos em benefícios sentidos pelos portugueses.

O que esteve em causa no domingo passado foi a continuidade da responsabilidade dos últimos anos, em contraposição ao habitual percurso de facilidades que é timbre dos socialistas quando governam. Ou se enveredava pela devolução da esperança às famílias e às empresas ou, em alternativa, voltava-se à habitual utilização socialista desregrada dos recursos públicos que, mais ano menos ano, põe o país a caminhar para novo abismo.

Felizmente, os portugueses escolheram bem. Perceberam que os esforços dos últimos anos tinham de ser aproveitados para darem frutos em benefício do país. Entenderam que não queriam voltar ao terreno pantanoso habitual da governação socialista.

Pedro Passos Coelho foi, assim, escolhido como o primeiro-ministro que permite dar um futuro tranquilo a Portugal.

Quanto a Costa, ainda não se percebeu bem o que vai acontecer. Nem é coisa que nos preocupe.

Mandam as boas práticas democráticas que quem perdeu abandone a arrogância e aceite a derrota. E deve também beneficiar de tolerância e respeito por parte de quem venceu.

Logo nas declarações a seguir ao conhecimento dos resultados, aliás, viu-se que quem ganhou tentou estabelecer pontes com quem tinha acabado de perder. Para quem ganhou, o que é importante é o encontro de pontos de entendimento para se definirem as melhores soluções para o futuro do país e assim se obterem ganhos de bem-estar para os portugueses.

Quem governou nos últimos quatro anos irá governar nos próximos quatro. É assim em democracia. Governa quem ganha. Sabe-se, no entanto, que há mentes a quem a democracia diz pouco que já andam a inventar soluções espúrias. Infelizmente, é assim. Gente de poucos princípios que tem tendência para desfilar “teorias do arco da velha” apenas para aceder ao poder a qualquer preço.

Numa situação normal, os socialistas serão oposição. E serão respeitados enquanto tal. Ao contrário, é verdade, do que acontece nos Açores.
E falando nos Açores, não queremos terminar e fazer de conta que não existiram resultados por aqui. Existiram e os socialistas levaram a melhor. É certo que a análise dos resultados vai muito além desse simples facto. Mas a seu tempo voltaremos ao tema. Agora, é tempo de felicitar quem ganhou.

É que, para mau, já bem basta aos socialistas açorianos carregarem o fardo da derrota nacional que sofreram. Até porque César é presidente nacional do partido e, como sua segunda figura, logo a seguir a Costa, tem uma clara responsabilidade no desaire.