Economia digital e a economia da partilha – Opinião de Luís Pereira de Almeida

Quando a internet se tornou um produto comercial todos tivemos a noção de que estávamos perante uma revolução. Porém, ninguém se apercebeu da dimensão da “coisa”.

Na verdade, a internet entrou pelas nossas casas e é um sucesso. Modificou a nossa forma de vida e, principalmente, a forma como interagimos e trabalhamos. Interessante é notarmos que as operadoras de internet ao longos dos anos foram sendo absorvidas pelas empresas que as criaram, dando a sensação que o negócio do fornecimento do serviço, por si só, não é rentável, sendo por isso agregado a serviços mais amplos de telecomunicações.

O mundo digital abriu portas e criou portas. A economia da partilha poderá ser uma grande revolução nas economias modernas. A lógica é simples e assenta no princípio da utilização intensiva dos bens, de forma muito simples: grande parte dos condutores vai sozinho para o trabalho e é fácil partilhar o carro reduzindo custos unitários, poluição e necessidades de estacionamento.

Exemplos de partilha de bens têm-se multiplicado nos últimos anos no mundo: carros, casas, adereços de modas e outros são exemplos cada vez mais comuns. Tudo isto é facilitado pelo mundo digital que cria plataformas (mercados) virtuais que facilitam o encontro entre agentes económicos com necessidades complementares e não necessariamente concorrentes.

Civilizadamente podemos todos ganhar com isso, o grande vencedor será sempre o planeta. Claro que tudo isto implica uma mentalidade diferente e uma lógica de valorização da utilização e não da posse. Nada como sentir benefícios financeiros para mudar mentalidades.